domingo, 18 de setembro de 2016

Exposição Marginália

Você mora ou irá para São Paulo até o dia 30 de outubro?

A Biblioteca Mário de Andrade esta com a exposição Marginália, por Thiago Limón , paulistano da Vila Guilherme, formado em Comunicação Visual pela Escola Panamericana de Arte e Design e Bacharel em Comunicação Visual pelo SENAC.


“Subversivos. Transgressores. Insurgentes. Desobedientes. Rebeldes. Há muito tempo, pessoas que resistem à autoridade e ao controle recebem o rótulo de marginais. Pensar o mundo que nos cerca de modo diferente e com olhar crítico é também agir contra o senso comum. A história nos mostra que, nas margens da sociedade, aparecem heróis. A rebelião social tem uma trajetória longínqua que nos leva até o filósofo Sócrates , forçado a tomar cicuta por estimular os jovens a pensar por si mesmos – um dos primeiros assédios ideológicos de que se tem notícia. Quando a ordem estabelecida está ameaçada, todas as engrenagens de poder que os detentores de privilégios possuem são utilizadas para difamar, desqualificar e marginalizar seus opositores, a fim de distorcer os verdadeiros sentidos das reivindicações. Uma democracia de verdade pressupõe o pluralismo ideológico e a luta pela efetivação de direitos. (...) Essa primeira edição de Marginália proposta por Thiago é uma justa homenagem aos heróis brasileiros que fizeram história por criarem tensões, quebrarem tabus e lutarem por um país mais justo.” (Marcos Pecci – Professor de História da Arte)


Estive na exposição e achei simples, porém, interessantíssima. O artista fez uma breve biografia das personagens que fazem parte da belíssima ilustração feita por ele, são:

- Bailarina italiana Marietta Maria Baderna (1828 – 1870), exilada em um Brasil ainda imperial do século XIX, e que desenvolveu sua dança a partir das influências africanas que encontrou aqui;

- Nise da Silveira (1905 – 1999), única mulher entre os 157 homens que se formaram em 1926 na Faculdade de Medicina da Bahia, atenta aos problemas de saúde  pública decorrentes da desigualdade social do país, enfrentou o sistema de tratamento psiquiátrico agressivo e desumano de seu tempo propondo uma nova maneira amorosa e generosa de enfrentar o transtorno da esquizofrenia;

- João Francisco dos Santos “Madame Satã” , personagem de destaque da malandragem carioca da primeira metade do século XX, que enfrentou com revolta a violência praticada contra sua condição de negro, pobre e bissexual;

- Margarida Maria Alves, a paraibana trabalhadora rural e líder sindical, assassinada a mando de usineiros em 1983,símbolo da luta pelos direitos dos trabalhadores rurais;

- Maria da Penha, militante e defensora dos direitos das mulheres vítimas de violência doméstica;

 - Sérgia Ribeiro da Silva – a Dadá – cangaceira, a “suçuarana” do cangaço, mulher valente, vaidosa, marginal.  

  

“A luta em favor das minorias, a voz dos trabalhadores rurais, a quebra dos paradigmas atribuídos ao feminino e a coragem de erguer a voz contra o abuso e a violência ganham vida em uma série de ilustrações através do traço de Thiago Limón.”

A Biblioteca Mario de Andrade fica na Rua da Consolação, 94 – Centro, próximo do metrô República.

Vale a pena a visita.

Léia Viana