Você mora ou irá para São Paulo até o dia 30 de outubro?
A Biblioteca Mário de Andrade esta com a exposição
Marginália, por Thiago Limón , paulistano da Vila Guilherme, formado em
Comunicação Visual pela Escola Panamericana de Arte e Design e Bacharel em
Comunicação Visual pelo SENAC.
“Subversivos. Transgressores. Insurgentes. Desobedientes.
Rebeldes. Há muito tempo, pessoas que resistem à autoridade e ao controle
recebem o rótulo de marginais. Pensar o mundo que nos cerca de modo diferente e
com olhar crítico é também agir contra o senso comum. A história nos mostra
que, nas margens da sociedade, aparecem heróis. A rebelião social tem uma
trajetória longínqua que nos leva até o filósofo Sócrates , forçado a tomar
cicuta por estimular os jovens a pensar por si mesmos – um dos primeiros assédios
ideológicos de que se tem notícia. Quando a ordem estabelecida está ameaçada,
todas as engrenagens de poder que os detentores de privilégios possuem são
utilizadas para difamar, desqualificar e marginalizar seus opositores, a fim de
distorcer os verdadeiros sentidos das reivindicações. Uma democracia de verdade
pressupõe o pluralismo ideológico e a luta pela efetivação de direitos. (...)
Essa primeira edição de Marginália proposta por Thiago é uma justa homenagem
aos heróis brasileiros que fizeram história por criarem tensões, quebrarem
tabus e lutarem por um país mais justo.” (Marcos Pecci – Professor de História
da Arte)
Estive na exposição e achei simples, porém, interessantíssima.
O artista fez uma breve biografia das personagens que fazem parte da belíssima
ilustração feita por ele, são:
- Bailarina italiana Marietta Maria Baderna (1828 – 1870),
exilada em um Brasil ainda imperial do século XIX, e que desenvolveu sua dança
a partir das influências africanas que encontrou aqui;
- Nise da Silveira (1905 – 1999), única mulher entre os 157
homens que se formaram em 1926 na Faculdade de Medicina da Bahia, atenta aos
problemas de saúde pública decorrentes
da desigualdade social do país, enfrentou o sistema de tratamento psiquiátrico agressivo
e desumano de seu tempo propondo uma nova maneira amorosa e generosa de
enfrentar o transtorno da esquizofrenia;
- João Francisco dos Santos “Madame Satã” , personagem de
destaque da malandragem carioca da primeira metade do século XX, que enfrentou
com revolta a violência praticada contra sua condição de negro, pobre e
bissexual;
- Margarida Maria Alves, a paraibana trabalhadora rural e
líder sindical, assassinada a mando de usineiros em 1983,símbolo da luta pelos
direitos dos trabalhadores rurais;
- Maria da Penha, militante e defensora dos direitos das
mulheres vítimas de violência doméstica;
- Sérgia Ribeiro da
Silva – a Dadá – cangaceira, a “suçuarana” do cangaço, mulher valente, vaidosa,
marginal.
“A luta em favor das minorias, a voz dos trabalhadores
rurais, a quebra dos paradigmas atribuídos ao feminino e a coragem de erguer a
voz contra o abuso e a violência ganham vida em uma série de ilustrações
através do traço de Thiago Limón.”
A Biblioteca Mario de Andrade fica na Rua da Consolação, 94 –
Centro, próximo do metrô República.
Vale a pena a visita.
Léia Viana