terça-feira, 26 de dezembro de 2017

A vida como ela se apresenta...

Eu já fui a “louca do Natal”, daquelas que gostava de tudo o mais temático possível e que exagerava nos presentes. Eu amava Natal. Mas, me entenda, não é que eu não curta mais, e sim, que ele significa outra coisa que neste momento não conseguirei defini-lo em uma única palavra ou em palavra composta. 
A ausência da minha mãe e do Godofredo contribuíram para isso. Não fiz do Natal uma data triste ou chata, pela primeira vez não expus nenhum enfeite em casa, não montei árvore, não coloquei pisca-pisca e muito menos guirlanda. Quem fosse à minha casa não perceberia o Natal lá porque ele não estava presente. Entretanto, cumpri o protocolo direitinho, fiz a sobremesa e o aperitivo para a noite, embalei presentes e me reuni com a minha família e a do meu marido que agora é também minha família. Comemos, bebemos, trocamos presentes, fizemos um divertido amigo secreto e eu segui sorrindo ao lado de pessoas queridas e de uma das pessoas mais importantes da minha vida: Minha Irmã.
Fiquei, porque não passou, com aquela sensação terrível de falta, mas não deixei que isso me fizesse sofrer e detonasse a noite de Natal. Os flashes das lembranças de natais passados vinham a todo o momento e eu não deixei que isso me dominasse. Olhei a minha volta e estava rodeada de pessoas que gostavam de mim e de minha irmã e que queriam a nossa presença ali.
Tive a consciência gigantesca de que nada é eterno nessa vida, nada! O “para sempre” não existe e o que importa nesta vida são os momentos vividos que se transformam em boas lembranças, que dependendo da nossa sensibilidade poderemos sorrir ou chorar sentindo a mesma coisa: saudades. 
Também aprendi (e continuo aprendendo), que a vida é muito breve, você pode falar com uma pessoa e dali cinco minutos ela se torna passado porque nunca mais ela estará ali para conversar com você, para abraçar você... Mas ela permanece dentro de você, nos momentos compartilhados que se tornaram lembranças, em uma comida, um lugar, uma música, uma cor... A pessoa e tudo que ela representou permanece viva dentro da gente. 

Léia Viana