quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Cataventos


“Rua dos Cataventos”

“Dorme, ruazinha...É tudo escuro...
E os meus passos, quem é que pode ouvi-los?
Dorme o teu sono sossegado e puro,
Com teus lampiões, com teus jardins tranquilos

Dorme...Não há ladrões, eu te asseguro...
Nem guardas para acaso persegui-los
Na noite alta, como sobre um muro,
As estrelinhas cantam como grilos...

O vento está dormindo na calçada
O vento enovelou-se como um cão...
Dorme, ruazinha...Não há nada...

Só os meus passos...mas tão leves são
Que até parecem, pela madrugada,
Os da minha futura assombração...

(Mário Quintana)
Léia Viana

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